26 de junho de 2010

primeiro capítulo

O Primeiro Capítulo do Grupo Internacional dos Espiritanos em Moçambique aconteceu no Centro de Formação da Nazaré (Arquidiocese da Beira) de 16 a 22 de Junho de 2010. Participaram todos os Espiritanos em Moçambique: Alberto Tchindemba (Superior Principal) Damascenos dos Reis (Ecónomo do Grupo), Yves Mathieu, Ronan White, Damien Mbaouya, Chrislain Bienvenue e Raul Viana. Além destes capitulantes, estavam presentes também mais três confrades: John Kingston (Conselheiro Geral - Roma), Brendan Carr (Moderador do Capítulo e convidado da Província da Irlanda) e Yves Ngowegu (Superior Regional de África Central). Um momento celebrativo marcante para a história e a vida do Grupo e de cada um dos seus membros.
Partilhamos aqui a oração que nos animou durante estes dias:

Deus nosso Pai
Senhor do Amor e da Alegria
Nós vos louvamos e bendizemos
Neste momento tão importante
Do Primeiro Capítulo dos Espiritanos em Moçambique.
Nós vos pedimos o Dom do Espírito Santo.
Que Ele nos encha com o fogo do Seu Amor
E inspire o nosso trabalho:
Pensamentos, palavras e decisões…
Inspirados pela vida de Poullart des Places,
Nosso primeiro Fundador,
Estamos determinados a acolher
O que for da Vossa vontade,
E a seguir com coerência, generosidade e alegria
O caminho do serviço aos mais pobres
E do anúncio do Reino de Jesus Cristo.
A Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe
Nos recomendamos confiantes,
Cantando, como Ela, a Vossa imensa glória.
Ámen.

6 de junho de 2010

Trivialidades (III)
zinco e capim

Raul Viana
Itoculo




O capim é uma erva muito comum por estas bandas. Por todo o lado vemos capim verde, seco, grosso, alto, espalhado, caído… O capim nasce, cresce e desenvolve-se sem precisar de qualquer cuidado humano. Muitas vezes impede uma produção normal, especialmente quando não é capinado (=cortar capim).

No tempo das chuvas desenvolve-se mais que qualquer outra produção. Daí que se tenha de capinar constantemente se queremos ter o espaço habitável e produtivo. Quem se atrever organizar uma produção de capim será bem sucedido, apenas terá dificuldades no escoamento do produto pela enorme concorrência que ele provoca.


A sua utilidade é variada para aqueles que não têm outra oportunidade. A cobertura das casas e a vedação do pátio da casa e da horta é a sua função mais imediata. Depois pode servir ainda para chamuscar o porco, estrumar as terras, fazer ninhos para galinhas… A longa tradição africana mostra que qualquer casa tradicional (palhota) está coberta de capim.

A sua exposição constante ao sol e à chuva, ao calor e ao vento… vão-lhe reduzindo o tempo de vida útil. Ou seja, facilmente apodrece e precisa de ser substituído ou reforçado, o que deve acontecer cada ano.

Para contrapor esta tradicional rotina do povo com capim estão a surgir, para as carteiras mais recheadas, chapas de zinco prateado. Uma solução aparentemente razoável para evitar um trabalho anual de corte de capim e cobertura das casas.


Na perspectiva de um ambientalista ou um arquitecto paisagístico ocidental, poderia dizer-se que estamos perante uma aberração paisagística, desfocando o panorama rural e tradicional. E por uma questão de comodidade está a encher-se tudo com chapas de zinco. Afinal o capim é muito mais natural e conforma-se melhor com a paisagem. Não me parece estar errado este olhar de um qualquer ecologista instalado na sua casa com ar condicionado e com todos os apetrechos de comodidade que o desenvolvimento lhe proporciona!

Na verdade, quem tem de capinar e cobrir todos os anos a sua casa é que sente a necessidade da mudança. Por outro lado, também não ignoramos que esta não é a melhor solução, mas aquela que é possível e mais acessível. Basta fazer a experiencia de entrar numa dessas casas em pleno meio-dia com o sol em pino, ou abrigar-se num dia de aguaceiros para sentir o calor da chapa quente ou o ruído ensurdecedor do bater da chuva. Enfim, entre o possível e o ideal luta-se pelo acessível.

Quanto ao capim, tenho a dizer que iniciei fazer uma pequena produção mas não teve grande sucesso. Em contrapartida, tenho transportado várias cargas de chapa para as nossas comunidades e alguns particulares. Afinal ter chapa de zinco (em casa ou na comunidade) é sinal de poder económico, de progresso e mudança. E a Missão também passa por aqui, esperando que este seja um passo importante para um salto ainda maior.

26 - A alegria completa

– Netia-Itoculo/2003-2004 «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. […] Pois esta é a minha alegria! ...