19 de maio de 2017

Aproxima-te

É este o convite e o desafio que qualquer missionário é chamado a viver no seu dia-a-dia.
E nós por missão em Moçambique concretamente em Itoculo não estamos indiferentes a esta causa do aproximar e apresentar o que de mais precioso temos.

Esse aproximar do povo, entrar na vida do povo, na sua cultura e falar a sua própria língua expressa também um outro desafio que qualquer missionário enfrenta quando é enviado para um “mundo desconhecido”.
Mas graças a Deus nunca faltam pessoas para te fazer “ritos de iniciação” e te introduzir na riqueza cultural do povo.
O mais difícil é dar o primeiro passo e o resto é tudo resto. E nesse aproximar o nosso exemplo é e deve ser Jesus Cristo que o Evangelho de Lucas nos explica e muito bem através da parábola do “Bom Samaritano”. Aqui o ter compaixão manifesta uma maneira de viver e aproximar, decidir sempre amar o irmão, e qualquer cristão só na medida em que tem a coragem de despojar de si próprio para ajudar o irmão é que se identifica com Deus.
A alegria do encontro e identificação com Deus é que te conduz ao encontro do outro. E como se costuma dizer ninguém dá aquilo que não tem e nós não podemos ser evangelizadores se primeiramente não fomos evangelizados. Só quando configuramos com Cristo é que recebemos o olhar adequado para o testemunhar.
E por Itoculo no meio do povo macua temos os diferentes ministérios (ancião, catequista, animador dos casais, animadora das mamãs, animador dos jovens, animador da cáritas, animador da justiça e paz, animador das vocações, animador da saúde, animador do ecumenismo, infância missionária e animador da comunicação social) que exterioriza esse aproximar do povo, mas sempre proclamando a realidade de Deus às pessoas não só com palavras mas também com ações concretas.
E esse fazer-se próximo que não é só físico mas também espiritual que expressa através de atividades paroquiais, atividades nas regiões, visita e celebração nas comunidades, visita às salas de catequese, curso de formação aos animadores, et cétera et cétera.

Com tudo isto Cristo deve ser a primeira bússula que nos orienta e conduz. E esse fazer-se perto é e deve ser a maneira viva de ser e agir de Jesus e é uma forma de tornar presente o passado.
A outra bússula que nos conduz é a fraternidade e a vida em comunidade. A vida em comunidade constrói também uma parte da nossa identidade e é ao mesmo tempo o símbolo mais expressivo daquilo que somos. É também uma maneira de viver a missão e é onde encontramos a força para o viver de cada dia.


As nossas ações espelham aquilo que somos. Independentemente disso e daquilo que fazemos a iniciativa parte sempre de Deus e ele propõe-nos um caminho e garante a sua presença e muitas vezes nem nos damos conta. E aquilo que Deus nos pede é realizável, é possível que tem as suas dificuldades e os seus desafios, mas como o homem não foi feito para os desafios, mas os desafios para ele e Deus certamente que nunca abandona aqueles que ele escolheu e com Ele tudo venceremos. Glória ao Senhor também por isso. E para terminar uma dica só, esse verbo aproximar convida-nos a ser “o rio que passa pelo coração do homem e que tem a sua foz no coração de Deus”.

26 - A alegria completa

– Netia-Itoculo/2003-2004 «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. […] Pois esta é a minha alegria! ...