"Hoti!?"
Raul Viana
Itoculo
Hoti!? (dá licença!?). Foi com esta expressão usual e informal que iniciei o Curso de Cultura e Língua Macua no Anchilo-Nampula (Moçambique) no mês de Fevereiro. Tal como é preciso pedir licença para entrar na casa de alguém, também ao estudar a cultura de um povo, por uma questão de respeito e consideração, é necessário requerer esta mesma permissão.
De facto, entrar numa cultura, contactar e estudar aquilo que ela tem de genuíno, significa penetrar num espaço particular, restrito e único. Muito mais do que estudar os hábitos e costumes, trata-se de descobrir a alma de um povo, aquilo que ele tem de próprio e autêntico e lhe dá identidade. E tudo isso merece o máximo de estima e consideração.
Neste Curso inicial juntei-me aos 25 missionários recém-chegados: homens e mulheres, leigos e consagrados, casados e solteiros, católicos e protestantes, africanos e europeus, asiáticos e americanos, principiantes e experientes, ‘verdes e maduros’… Uma grande diversidade cultural disposta a encontrar e a descobrir uma mesma realidade: o povo Makuwa.
Aqui sinto que sou missionário no meio de um povo com a sua cultura e a sua história, o seu presente e os seus projectos de futuro, nos quais Deus também se revelou e continua a revelar. Isto faz-me encarar o estudo da cultura macua com uma atitude de fé, respeito e obrigação. Outros diriam que «a cultura não é algo para ver ou estudar como profanos, mas o campo onde Deus age através das pessoas». (P. Boucher).
Conhecer a história política e religiosa de Moçambique; iniciar o estudo da cultura do povo macua e perceber a sua linguagem simbólica; verificar e analisar a diversidade religiosa local, concretamente a presença cristã; abordar os ritos de iniciação masculina e feminina; fazer uma leitura do panorama sócio-político-económico de Moçambique... Em resumo, estes foram os assuntos que preencheram uma parte essencial do meu tempo aqui.
Enfim, é esta a minha primeira partilha missionária após ter deixado Portugal no dia 25 de Janeiro 2009. O bom desenrolar dos acontecimentos até à data fazem-me sentir confiante para a missão que me vai sendo atribuída. Cada vez que vou descobrindo mais onde me encontro, maiores são os desafios com que me deparo. Porém, não sou o único nem o primeiro nesta situação, e vejo que a Graça de Deus nunca deixa de me surpreender.
A todos os que possibilitaram a minha chegada a esta nova Missão, quero deixar aqui o meu sincero agradecimento e plena comunhão na oração e compromisso missionários. Que o Deus da Vida e da Missão nos fortaleça e nos ajude a viver intensamente este tempo de preparação pascal.
Um abraço amigo
De facto, entrar numa cultura, contactar e estudar aquilo que ela tem de genuíno, significa penetrar num espaço particular, restrito e único. Muito mais do que estudar os hábitos e costumes, trata-se de descobrir a alma de um povo, aquilo que ele tem de próprio e autêntico e lhe dá identidade. E tudo isso merece o máximo de estima e consideração.
Neste Curso inicial juntei-me aos 25 missionários recém-chegados: homens e mulheres, leigos e consagrados, casados e solteiros, católicos e protestantes, africanos e europeus, asiáticos e americanos, principiantes e experientes, ‘verdes e maduros’… Uma grande diversidade cultural disposta a encontrar e a descobrir uma mesma realidade: o povo Makuwa.
Aqui sinto que sou missionário no meio de um povo com a sua cultura e a sua história, o seu presente e os seus projectos de futuro, nos quais Deus também se revelou e continua a revelar. Isto faz-me encarar o estudo da cultura macua com uma atitude de fé, respeito e obrigação. Outros diriam que «a cultura não é algo para ver ou estudar como profanos, mas o campo onde Deus age através das pessoas». (P. Boucher).
Conhecer a história política e religiosa de Moçambique; iniciar o estudo da cultura do povo macua e perceber a sua linguagem simbólica; verificar e analisar a diversidade religiosa local, concretamente a presença cristã; abordar os ritos de iniciação masculina e feminina; fazer uma leitura do panorama sócio-político-económico de Moçambique... Em resumo, estes foram os assuntos que preencheram uma parte essencial do meu tempo aqui.
Enfim, é esta a minha primeira partilha missionária após ter deixado Portugal no dia 25 de Janeiro 2009. O bom desenrolar dos acontecimentos até à data fazem-me sentir confiante para a missão que me vai sendo atribuída. Cada vez que vou descobrindo mais onde me encontro, maiores são os desafios com que me deparo. Porém, não sou o único nem o primeiro nesta situação, e vejo que a Graça de Deus nunca deixa de me surpreender.
A todos os que possibilitaram a minha chegada a esta nova Missão, quero deixar aqui o meu sincero agradecimento e plena comunhão na oração e compromisso missionários. Que o Deus da Vida e da Missão nos fortaleça e nos ajude a viver intensamente este tempo de preparação pascal.
Um abraço amigo