Nawawani & Tekela
Itoculo
A comunidade cristã de Nawawani, aqui há uns dois ou três anos, teve um comportamento pouco cristão, o seu coração perdeu a capacidade de bombear o sangue do amor fraterno que brota do lado de Cristo… pode-se dizer que teve um colapso cardíaco e morreu. Era uma comunidade pequena, com alguma dificuldade em funcionar com a vitalidade duma comunidade normal. Encontrar ali alguém capaz de escrever, ler e, por conseguinte, apto a ensinar catequese ou a dirigir uma celebração dominical era tarefa praticamente impossível. Até aqui nada de especial, é coisa que acontece a algumas pequenas comunidades, que com o tempo e por várias razões (êxodo de cristãos para outras terras, por exemplo) começam a definhar. Quando é assim a solução passa por pedir ajuda a alguma comunidade vizinha. Neste caso a comunidade vizinha era Tekela. Concordou-se que a melhor solução seria unir as duas. Juntas passariam a formar uma única comunidade, mais forte. Ao princípio tudo parecia correr bem: escolheu-se um lugar “neutro”, a meio caminho onde se pudesse construir a capela, limpou-se o terreno e preparou-se tudo para iniciar a construção. De repente, de um dia para o outro, os de Nawawani abandonaram tudo.
O caso foi apresentado em Conselho paroquial e nenhum dos animadores, apesar da experiência e do conhecimento dos mecanismos da cultura macua, parecia entender aquela ruptura de Nawawani. Foi marcada uma nova reunião com os membros de ambas as comunidades, com os animadores maiores da paróquia e nós próprios, os padres. Mas a posição de Nawawani revelou-se ainda mais irredutível: nunca aceitariam caminhar juntos com os de Tekela… e as razões apresentadas para esta decisão tinham a ver apenas com superstições, suspeitas de feitiço e pouco mais.
– Como é possível seguirmos o Senhor Jesus, o Senhor da paz e da misericórdia, de costas voltadas para os irmãos, incompatibilizados com eles?
Fomos perguntando, mas não obtivemos resposta nem sinal de vontade em construir Igreja. Esgotadas todas as tentativas de conciliação, de apelo ao bom senso, foi cada qual para sua casa. Consequentemente Nawawani deixava de pertencer à comunidade Paroquial, à Igreja Católica, enquanto não justificasse ou mudasse o seu comportamento.
Passaram-se os anos. E o filho pródigo voltou, há poucos dias. Sinceramente arrependidos, vieram pedir à Paróquia a reintegração e orientações concretas para regressar à comunhão com os irmãos e vizinhos da comunidade de Tekela. Foram admitidos sob condição: Por enquanto a comunidade de Nawawani é Tekela. Tudo tem que passar por ali. A catequese, actividade importantíssima que, juntamente com a celebração dominical, dá vida à comunidade, é em Tekela. As condições foram aceites e assim que houve oportunidade realizou-se uma grande festa, uma celebração eucarística com a participação das duas famílias desavindas e agora reconciliadas.
Este Jesus de paz tão pequenino é realmente capaz de vencer o pecado tremendo do ódio, da guerra, do desentendimento entre as pessoas, entre irmãos. Temos que o deixar encarnar e têm que ser os cristãos a dar o primeiro sinal de uma nova fraternidade.
Feliz Natal 2009
– Como é possível seguirmos o Senhor Jesus, o Senhor da paz e da misericórdia, de costas voltadas para os irmãos, incompatibilizados com eles?
Fomos perguntando, mas não obtivemos resposta nem sinal de vontade em construir Igreja. Esgotadas todas as tentativas de conciliação, de apelo ao bom senso, foi cada qual para sua casa. Consequentemente Nawawani deixava de pertencer à comunidade Paroquial, à Igreja Católica, enquanto não justificasse ou mudasse o seu comportamento.
Passaram-se os anos. E o filho pródigo voltou, há poucos dias. Sinceramente arrependidos, vieram pedir à Paróquia a reintegração e orientações concretas para regressar à comunhão com os irmãos e vizinhos da comunidade de Tekela. Foram admitidos sob condição: Por enquanto a comunidade de Nawawani é Tekela. Tudo tem que passar por ali. A catequese, actividade importantíssima que, juntamente com a celebração dominical, dá vida à comunidade, é em Tekela. As condições foram aceites e assim que houve oportunidade realizou-se uma grande festa, uma celebração eucarística com a participação das duas famílias desavindas e agora reconciliadas.
Este Jesus de paz tão pequenino é realmente capaz de vencer o pecado tremendo do ódio, da guerra, do desentendimento entre as pessoas, entre irmãos. Temos que o deixar encarnar e têm que ser os cristãos a dar o primeiro sinal de uma nova fraternidade.
Feliz Natal 2009