Damasceno
Itoculo
Pode-se considerar o traje típico da mulher moçambicana. Sobretudo no norte do país, da mais pobre à mais rica, toda a mulher que se preze anda com uma: é a Capulana. Trata-se de um pano suficientemente largo para se enrolar à cintura e fazer de saia. Há-as de todas as cores e feitios, comemorativas de datas importantes ou com o emblema de algum partido político. Ao nível da Igreja é frequente mandarem-se fazer para marcar algum acontecimento especial, como nos quinhentos anos de evangelização de Moçambique, por exemplo. Nalgumas paróquias, principalmente nas da cidade, grupos de mamãs ou grupos corais organizam-se para ter a sua capulana de modelo único como uniforme.
Na nossa paróquia de Itoculo, a irmã Joyce, espiritana da Nigéria, organizou as mamãs para que pudessem mandar fazer a sua própria capulana. À partida a tarefa não seria fácil, porque para conseguir uma capulana com um desenho exclusivo a preço razoável é preciso encomendar na fábrica (geralmente na índia) um elevado número de peças... é obra que só se consegue ao nível nacional ou, na melhor das hipóteses, a nível diocesano. Mas Itoculo conseguiu.
A dada altura foi preciso projectar e desenhar a capulana. E, no computador, com as possibilidades de um corel paint, ou photo shop – ou lá o que é – não foi difícil. O sonhado foi o que se vê na foto em baixo:
Mas o que veio da fábrica, uns meses mais tarde, era um pouco diferente!
Mesmo assim, as mamãs ficaram contentes. E dá gosto vê-las a todas a trajar de igual e a cantar nas grandes celebrações.
O sucesso da capulana é de tal ordem que, mesmo fora do círculo das mamãs, há quem se tenha afeiçoado a ela!
Salama.