15 de novembro de 2018

Qualificativos


Os adjetivos qualificam os nomes de pessoas e objectos. Têm a função de atribuir uma qualidade a determinado nome e por isso podem engrandecer o desfavorecer essa pessoa ou objecto. Assim, em agosto deste ano acolhemos a Ponte JSF e num dos textos finais apareceram dois adjetivos desqualificativos: mísero e obsoleto.

O primeiro está referido a um «mísero órgão». Trata-se de um instrumento musical pequeno, cor preta, electrónico, com quatro escalas musicais… próprio para quem está a aprender. Isto é, um órgão musical. Foi caracterizado de mísero. Não sabemos o que está por detrás desta classificação, embora saibamos que para uma catedral europeia não passa disso mesmo. Mas aqui não temos outro. Ele é muito bom, ouve-se muito bem no espaço para o qual foi adquirido, e, bem tocado, ajuda bastante na animação litúrgica.


O segundo adjetivo refere-se a seis aparelhos, «alguns obsoletos», dos quais quatro são portáteis e dois de mesa. Funcionam com o Windows 7. Uns foram adquiridos e outros oferecidos. Agradecemos aos doadores. Mas também foram classificados de obsoletos. No entanto, para quem está a dar os primeiros passos no acesso às novas tecnologias, são máquinas que respondem perfeitamente às necessidades locais. Não caíram em desuso nem são arcaicos, apesar de haver muita e grande novidade nesta área das novas tecnologias, e de muito rapidamente serem ultrapassados por novos modelos no mercado digital.

Quer para um caso, ou para outro, acima classificados de mísero e obsoleto, importa dizer também que estamos abertos a acolher novas ofertas. Não ambicionamos acumular nem fazer negócio, mas queremos contribuir para gerar novos conhecimentos, facilitar o acesso às novas tecnologias, possibilitar novas aptidões, favorecer um primeiro contacto a quem não tem outra possibilidade. É pequeno e são poucos, é verdade. Podiam ser maiores e melhores, perfeitamente de acordo. Mas não interessa desconsiderar nem desprestigiar.

É sempre bom ter um olhar crítico, mas também que seja realista. Queremos continuar a acolher pessoas que nos visitam e partilhem connosco um pouco da vida missionária, com experiências de curta e/ou longa duração. Também queremos que valorizem e contextualizem o que encontram. Na vida não faltam ajustes e desajustes, diminuições e exageros, reacções e contradições… mas os adjectivos qualificam e dão atributos. Se não valorizamos, pelos menos não diminuímos o que já existe de esforço e dedicação.

Enfim, com aquilo que temos e usamos na missão, tanto na área do saber e como do lazer, da animação como da formação, são instrumentos e aparelhos normais, não são o «último grito» do mercado, nem de longe. Também não queremos nem estamos interessados em tal rigor e qualidade de produto. Ainda somos principiantes no uso desses instrumentos, e o nosso poder de compra é bastante limitado. Mas a nossa vontade é grande.

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– Netia-Itoculo/2003-2004 «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. […] Pois esta é a minha alegria! ...