Os adjetivos qualificam os nomes de pessoas e objectos. Têm
a função de atribuir uma qualidade a determinado nome e por isso podem
engrandecer o desfavorecer essa pessoa ou objecto. Assim, em agosto deste ano
acolhemos a Ponte JSF e num dos textos finais apareceram dois adjetivos desqualificativos:
mísero e obsoleto.
O primeiro está referido a um «mísero órgão». Trata-se de um instrumento musical pequeno, cor
preta, electrónico, com quatro escalas musicais… próprio para quem está a
aprender. Isto é, um órgão musical. Foi caracterizado de mísero. Não sabemos o que está por detrás desta classificação,
embora saibamos que para uma catedral europeia não passa disso mesmo. Mas aqui
não temos outro. Ele é muito bom, ouve-se muito bem no espaço para o qual foi
adquirido, e, bem tocado, ajuda bastante na animação litúrgica.
O segundo adjetivo refere-se a seis aparelhos, «alguns obsoletos», dos quais quatro são
portáteis e dois de mesa. Funcionam com o Windows 7. Uns foram adquiridos e
outros oferecidos. Agradecemos aos doadores. Mas também foram classificados de obsoletos. No entanto, para quem está a dar
os primeiros passos no acesso às novas tecnologias, são máquinas que respondem
perfeitamente às necessidades locais. Não caíram em desuso nem são arcaicos,
apesar de haver muita e grande novidade nesta área das novas tecnologias, e de
muito rapidamente serem ultrapassados por novos modelos no mercado digital.
Quer para um caso, ou para outro, acima classificados de
mísero e obsoleto, importa dizer também que estamos abertos a acolher novas
ofertas. Não ambicionamos acumular nem fazer negócio, mas queremos contribuir
para gerar novos conhecimentos, facilitar o acesso às novas tecnologias,
possibilitar novas aptidões, favorecer um primeiro contacto a quem não tem
outra possibilidade. É pequeno e são poucos, é verdade. Podiam ser maiores e
melhores, perfeitamente de acordo. Mas não interessa desconsiderar nem desprestigiar.
É sempre bom ter um olhar crítico, mas também que seja
realista. Queremos continuar a acolher pessoas que nos visitam e partilhem
connosco um pouco da vida missionária, com experiências de curta e/ou longa
duração. Também queremos que valorizem e contextualizem o que encontram. Na
vida não faltam ajustes e desajustes, diminuições e exageros, reacções e
contradições… mas os adjectivos qualificam e dão atributos. Se não valorizamos,
pelos menos não diminuímos o que já existe de esforço e dedicação.
Enfim, com aquilo que temos e usamos na missão, tanto na
área do saber e como do lazer, da animação como da formação, são instrumentos e
aparelhos normais, não são o «último grito» do mercado, nem de longe. Também não
queremos nem estamos interessados em tal rigor e qualidade de produto. Ainda
somos principiantes no uso desses instrumentos, e o nosso poder de compra é bastante
limitado. Mas a nossa vontade é grande.
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