VOCAÇÃO MISSIONÁRIA
A principal missão da Igreja (a Igreja entende-se como comunidade de todos os crentes e não tanto como estrutura ou hierarquia) é para ser o sacramento universal da salvação. A Igreja tem obrigação de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a toda gente para que Deus seja tudo em todos. Devido à sua missão, a Igreja por sua natureza é missionária. Mas quem é a Igreja? Se Igreja designa o povo de Deus, então, pela graça de Deus e pelo dom precioso do nosso baptismo somos missionários. Assim, identidade fundamental de cada baptizado é pertencer a Cristo e sentir-se empenhado a testemunhar o Reino de Deus anunciando-o com a palavra e com os gestos concretos. Pelo baptismo, recebemos a vocação para participar na tríplice missão de Cristo: profeta, sacerdote e rei. Jesus Cristo é o enviado, o missionário por excelência, e todos nós baptizados somos convidados a ser missionários e partilhar a sua missão na comunhão de sua Igreja. Ser cristão é simplesmente estar em missão.
A palavra vocação implica um acto de chamamento. Quem chama e capacita para missão é Deus. Ao Homen como destinatário cabe apenas responder SIM ou NÃO a esta inciativa de Deus. Assim, a vocação missionária não é um chamamento sem opção mas é simultaneamente chamamento e opção. Não é uma espécie de toque mágico que alguns tiveram privilégio de ter nem é para os bons. A vocação missionária é um dom de Deus é a nossa entrega; é uma experiência de amor e fruto de um diálogo. A nossa decisão de assumir o nosso compromisso baptismal para ser colaboradores na missão de Cristo significa não viver em autogestão, por conta própria, mas como embaixadores, como apóstolos de Cristo. Assim, ser missionário, de nome e de facto, exige fidelidade a Deus, que nos chama e nos envia em missão para os mais diversos campos.
Infelizmente, muitos cristãos ainda pensam que os missionários são só os padres, consagrados e consagradas que deixam os seus países de origem ou terra natal para realizar uma missão. Cada cristão na sua maneira e modo de viver é chamado a dar continuidade ao trabalho salvífico de Cristo. Dentro da Igreja existem maneiras diferentes e específicas de colaborar na missão de Cristo. Enquanto alguns são chamados a viver a vida Consagrada ou Laical, outros no sacramento de Matrimónio ou de Ordem. Em qualquer situação que vivemos, nas famílias, com amigos ou na profissão que praticamos devemos sempre ser guiados e motivados pelo amor a Deus e amor pela humanidade. Um verdadeiro missionário vive com paixão pelo Deus que se manifesta na paixão pela humanidade, sobretudo os pobres, os doentes, os pecadores, os marginalizados e todos que sofrem injustiça. Viver a missão sem manifestação concreta do amor a Deus e ao próximo é impensável.
Ao aceitar o desafio de assumir o compromisso da nossa vocação baptismal, aceitamos também as consequências da nossa escolha. Nos textos bíblicos, sublinhamos três atitudes fundamentais dos que foram chamados a realizar missões específicas: a) “Deixar” uma situação ou partir (atitude de partir não deve ser vista só como movimento geográfico, mas também espiritual), b) “Assumir” uma missão e c) “Viver” uma aliança ou compromisso. Missão exige uma caminhada ou saída de nós mesmo ao encontro com Deus, a fonte da nossa missão. O missionário deve acreditar em Jesus Cristo, ter intimidade com a sua palavra, interiorizar e transformar a palavra em actos concretos e evangelizar a partir dessa palavra. Um cristão que não vive a cumprir a sua missão, vive em demissão. Assim, o nosso compromisso precisa de uma
renovação constante e permanente.
O mês missionário e a celebração do Dia Mundial das Missões no penúltimo domingo de outubro recordam-nos que temos que ser missionários de Cristo onde vivemos e no que fazemos. A força para permanecer e cumprir a missão vem de Deus, mas exige a nossa colaboração. Perante a humanidade que grita pela liberdade, justiça, paz, felicidade, igualdade, ambiente saudável etc, não podemos ser indiferentes e apáticos. O mundo precisa os nossos serviços e generosidades. Com a esperança e alegria no coração, vamos, cada um na sua maneira ser autênticos missionários e agentes das mudanças que queremos ver no mundo. O mundo espera-nos.
Vin
25 de outubro de 2017
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