15 de fevereiro de 2021

10. «Firmes na fé»

Grupo/1997

«Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o diabo, como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar. Resisti-lhes firmes na fé» (1Pe 5,8-9)

Algumas contrariedades marcaram os começos da vida espiritana em Moçambique. Uma parte foram aquelas coisas simples de cada dia que exigiram um esforço conjunto de recuperação e organização logística e material. Outras coisas dizem respeito ao relacionamento e convivência entre pessoas que numa ou outra situação criaram grandes feridas e foram difíceis de superar. Mas tudo isso também fazia parte do novo projeto missionário em contexto de internacionalidade e de interculturalidade, onde era preciso estar unidos e resistir «firmes na fé».

Entre os imprevistos e dificuldades que aconteceram, sobressaem a chegada retardada do P. Lawrence, apenas no dia 13 de Janeiro de 1997 com dificuldade de obtenção de toda a documentação para entrar em Moçambique. Além disso a sua mala de viagem ficou perdida no aeroporto, sendo obrigado a seguir para Netia desprovido dos seus objectos pessoais mais necessários. Isto obrigou a novas e posteriores viagens a Nampula, mas não passou de imprevistos normais de quem viaja.

Outras contrariedades aconteceram e se repetiram inúmeras vezes, tais como as malárias em que o P. Alberto foi o primeiro a ser «carimbado» no dia 8 de Fevereiro de 1997. As condições de vida precárias, o alto índice de infeção parasitária da malária em Moçambique, os riscos de quem se adapta e ajusta à nova realidade missionária, entre outras coisas, foram factores que favoreceram inúmeras maleitas ao longo dos anos.

Vivendo ainda uma fase de adaptação, tudo se agravou um pouco mais quando o mesmo P. Alberto depois de ter participado na II Assembleia diocesana de Pastoral na Carapira-Nacala, precisamente no dia 17 de Outubro, foi vítima de uma hemorragia gástrica, uma úlcera rebentada no duodeno. Isto fez com que de imediato fosse levado para Nampula e daqui ter viajado para Maputo onde esteve numa clínica durante dez dias sempre acompanhado pelo P. Pedro. Não conseguindo qualquer resultado os dois continuaram viagem para Johannesburg (África do Sul) onde ficou internado durante oito dias, seguindo depois para a comunidade espiritana de Bethelehem, regressando a Netia apenas no dia 20 de Dezembro já recuperado.

Outro contratempo, em que já se fez referência, aconteceu em Maio de 1997, poucos meses após a chegada a Inhazónia, onde se deu a primeira baixa no Grupo, o P. Domingos Vitorino regressou definitivamente a Portugal. Na verdade, não faltaram momentos e diferentes situações de fraqueza humana e material que pôs em risco a missão espiritana em Moçambique. Interesses particulares, pontos de vista muito pessoais, sentimentos de incompreensão, pouca flexibilidade relacional, e outras coisas, apareceram e algumas vezes dominaram. Apesar de tudo isso a missão evangelizadora continuou e os sinais da presença de Deus nunca faltaram ao nosso lado para nos fazer avançar em frente e chegar onde era preciso chegar.

PRECE: Hoje, Senhor, te apresentamos todas as situações de fragilidade que marcam a nossa vida missionária. Ajuda-nos a enfrentá-las e a vivê-las com fé e sentido de esperança, de maneira a fazer de cada dificuldade um verdadeiro desafio de vida.

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– Netia-Itoculo/2003-2004 «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. […] Pois esta é a minha alegria! ...