Grupo/1997
«Sede sóbrios e vigiai, pois o vosso adversário, o diabo, como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar. Resisti-lhes firmes na fé» (1Pe 5,8-9)
Algumas contrariedades marcaram
os começos da vida espiritana em Moçambique. Uma parte foram aquelas coisas
simples de cada dia que exigiram um esforço conjunto de recuperação e
organização logística e material. Outras coisas dizem respeito ao
relacionamento e convivência entre pessoas que numa ou outra situação criaram
grandes feridas e foram difíceis de superar. Mas tudo isso também fazia parte
do novo projeto missionário em contexto de internacionalidade e de
interculturalidade, onde era preciso estar unidos e resistir «firmes na fé».
Entre os imprevistos e dificuldades
que aconteceram, sobressaem a chegada retardada do P. Lawrence, apenas no dia
13 de Janeiro de 1997 com dificuldade de obtenção de toda a documentação para
entrar em Moçambique. Além disso a sua mala de viagem ficou perdida no
aeroporto, sendo obrigado a seguir para Netia desprovido dos seus objectos
pessoais mais necessários. Isto obrigou a novas e posteriores viagens a
Nampula, mas não passou de imprevistos normais de quem viaja.
Outras contrariedades
aconteceram e se repetiram inúmeras vezes, tais como as malárias em que o P. Alberto
foi o primeiro a ser «carimbado» no dia 8 de Fevereiro de 1997. As condições de
vida precárias, o alto índice de infeção parasitária da malária em Moçambique,
os riscos de quem se adapta e ajusta à nova realidade missionária, entre outras
coisas, foram factores que favoreceram inúmeras maleitas ao longo dos anos.
Vivendo ainda uma fase de
adaptação, tudo se agravou um pouco mais quando o mesmo P. Alberto depois de
ter participado na II Assembleia diocesana de Pastoral na Carapira-Nacala,
precisamente no dia 17 de Outubro, foi vítima de uma hemorragia gástrica, uma
úlcera rebentada no duodeno. Isto fez com que de imediato fosse levado para
Nampula e daqui ter viajado para Maputo onde esteve numa clínica durante dez
dias sempre acompanhado pelo P. Pedro. Não conseguindo qualquer resultado os
dois continuaram viagem para Johannesburg (África do Sul) onde ficou internado
durante oito dias, seguindo depois para a comunidade espiritana de Bethelehem,
regressando a Netia apenas no dia 20 de Dezembro já recuperado.
Outro contratempo, em que já se
fez referência, aconteceu em Maio de 1997, poucos meses após a chegada a
Inhazónia, onde se deu a primeira baixa no Grupo, o P. Domingos Vitorino regressou
definitivamente a Portugal. Na verdade, não faltaram momentos e diferentes
situações de fraqueza humana e material que pôs em risco a missão espiritana em
Moçambique. Interesses particulares, pontos de vista muito pessoais,
sentimentos de incompreensão, pouca flexibilidade relacional, e outras coisas,
apareceram e algumas vezes dominaram. Apesar de tudo isso a missão
evangelizadora continuou e os sinais da presença de Deus nunca faltaram ao
nosso lado para nos fazer avançar em frente e chegar onde era preciso chegar.
Sem comentários:
Enviar um comentário