- 1997
«Caríssimos, edificando-vos uns
aos outros sobre o fundamento da vossa santíssima fé e orando ao Espírito Santo, mantende-vos no amor de Deus, esperando que a misericórdia de
Nosso Senhor Jesus Cristo vos conceda a vida eterna. Tratai
com misericórdia aqueles que vacilam». (Judas 1,20-22a)
Desde o princípio o projecto
missionário dos Espiritanos em Moçambique estava sob a responsabilidade directa
do Superior Geral e do seu Conselho. Uma e outra vez ecoaram pedidos de mais
presença e proximidade para um maior apoio e animação. Assim, na segunda
quinzena de Agosto de 1997 o Superior Geral, P. Pierre Schouver, visitou
oficialmente o Grupo de Moçambique e aproveitou para participar no Primeiro
Encontro do Grupo em Inhazónia de 20 a 27 de Agosto. Foi uma oportunidade para
estar com os confrades e ver no terreno a melhor maneira de levar à frente a
missão espiritana de Moçambique. Ao falar com cada confrade percebeu algumas
dificuldades que deixou expressas numa carta escrita a partir de Maputo, quando
regressava a Roma, onde concluiu que teve uma «impressão muito positiva» do
Grupo.
Nesta carta endereçada aos
confrades de Inhazónia (Benedito e Anthony) com uma cópia enviada para a
comunidade de Netia, dando a entender que as mesmas recomendações são para
ambas as comunidades espiritanas, ele partilhou as suas impressões gerais da
visita a Moçambique e deixou algumas «exortações» para a vida missionária.
Salientou, também, o esforço de aprendizagem da língua portuguesa e das línguas
locais, a integração no trabalho eclesial e os arranjos nas respectivas
residências. Um outro desafio apontado foi a constituição de «comunidades
internacionais e interculturais» como uma verdadeira aventura missionária que é
preciso «cuidar e construir» cada dia.
Apoiado nas palavras Jesus
quando Pedro regressava da pesca com os seus colegas numa noite fracassada,
insistiu que estas mesmas palavras se aplicam aos espiritanos de Moçambique:
«volta a lançar as redes» (Lc 5,4). Ou seja, deixou um apelo para não desanimar
nas tarefas de cada dia, mas confiar e ter coragem de arriscar de novo para
«uma nova pesca». Acima de tudo foi uma forma de incutir mais esperança em quem
estava um pouco desapontado com as dificuldades iniciais da missão em
Moçambique.
E concluiu com três exortações
bem práticas: «continuar os esforços para
estar próximo do povo a quem foram enviados, com grande respeito pelos pobres,
falando com eles na sua língua, estudando e tomando iniciativas sempre com
eles; continuar os esforços de estar perto do Senhor através da oração diária
pessoal e comunitária; continuar os esforços para viver juntos uma vida
fraternal, tirando tempo para sentar juntos e comunicar entre si».
O apelo a edificar na fé e a
manter-se firme no amor de Deus como forma de responder fiel e criativamente
aos desafios da missão, foram as palavras e a presença amiga dos outros dois
Superiores Gerais, Jean-Paul Hoch (Dezembro de 2010) e John Fogarty (Dezembro
de 2019) que visitaram oficialmente o Grupo de Moçambique.
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