– Inhazónia/2001
«No que
fizerdes, trabalhai de todo o coração, como quem o faz para o Senhor e não para
os homens, sabendo que é do Senhor que
recebereis a herança como recompensa. O Senhor, a quem servis, é Cristo. (Cl 3,23-24)
A comunidade espiritana de
Inhazónia em 2001 estava composta pelos padres Anthony (1996) Lawrence (1999) e
John (2000). A chegada deste último confrade foi importante para superar muitas
dificuldades, a sua presença foi definida como «uma ajuda extraordinária» visto
se tratar de «uma pessoa aberta e animadora», que consegue encorajar os outros,
tal como ficou escrito no relatório do Conselheiro Geral de 30 de Outubro de
2001.
Devidamente constituída a
comunidade espiritana, foi necessário fazer algumas remodelações no interior da
residência «para criar um a ambiente mais
confortável e agradável para a vida de comunidade». Igualmente com ajuda da
Cáritas diocesana foi construída a ponte sobre o rio Mkulumpita que
facilitou imenso a entrada na Missão. Apesar de tudo isto ainda continuou alguma
dificuldade a nível da vida de oração comum e da programação pastoral, assunto
referido pelo Conselheiro Geral.
Entretanto, as actividades pastorais
abrangendo uma vasta área territorial envolviam um bom número de catecúmenos,
sendo os cristãos uma minoria que não devia passar de uns dois mil. Nesta
Missão de Inhazónia, um dos maiores problemas era a variedade das línguas na
área da missão, pois existiam quatro línguas principais e não havia nada
escrito a nível de catequese e liturgia. Além disso uma grande parte da
população era analfabeta o que dificultava ainda mais a formação dos lideres e
animadores cristãos.
Nesta altura os confrades espiritanos
continuaram empenhados activamente na visita e dinamização das pequenas
comunidades cristãs existentes e na evangelização dos catecúmenos. Algumas destas
comunidades distavam a duzentos quilómetros do centro paroquial de Inhazónia o
que tornava as viagens muito desgastantes. Para minimizar esta situação a
Diocese preparava um novo grupo de missionários, os Padres Mexicanos de
Guadalupe, que deveriam ocupar a parte norte da área de Inhazónia (Guru e
Tambara) o que iria aliviar um pouco o enorme trabalho dos Espiritanos devido à
grande extensão da Missão. Do mesmo modo o Bispo contactou com as Irmãs do
Sagrado Coração de Maria para passar a residir na Paróquia de Inhazónia-sede.
É ainda de referir que nesta
altura começaram a surgir algumas dificuldades de relação da comunidade
espiritana com o Bispo diocesano. Ele mesmo tinha sido pároco em Inhazónia e
tinha a sua rede de contactos que em muitos casos apenas criava mais
instabilidade e obstáculos ao bom entendimento entre as partes. É também neste
ambiente que se ouve a infeliz expressão do bispo: «eu não quero os missionários estrangeiros, mas quero o dinheiro deles».
Um pensamento deste género revela também o tipo de pessoa e as suas intenções. Mas
a missão evangelizadora está bem enraizada e o Espírito Santo protagonista da
missão não se deixa vencer pelos homens.
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